quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Correndo atrás do TIE/NIE e ida à Alicante


Olá pessoal, tudo bem com todos? Bom, aqui na Espanha tudo está indo as mil maravilhas, já me sinto em casa :) . Brincadeiras a parte hoje irei falar como foi o processo para tirar o meu TIE, documento que serve como uma identidade para estrangeiros aqui na Espanha e que comprova que você encontra-se em situação legal perante a sociedade e a extranjeria.

Eu pensei que o processo seria bem mais complicado, porém quando fui realmente fazê-lo foi extremamente simples. Só foram necessários alguns documentos, o pagamento de uma taxa, 2 fotos 3×4 e esperar horas na fila da extranjeria. Ao final do processo você já sai da extranjería com um número de identificação chamado NIE, que é como se fosse o número da identidade aí no Brasil, e o cartão chamado, TIE, fica pronto em um mês.

Para solicitar meu TIE tive que ir à Alicante, pois descobri que aqui na cidade onde estou, Orihuela, só pode-se solicitar o NIE e que a TIE tem que ser feita na província mais próxima, no caso Alicante. Combinei com outros bolsistas do ciência sem fronteiras que também estão na UMH de irmos todos juntos na quinta passada (20/09), assim fomos todos juntos nessa data.

Sabíamos que a delegacia só abria as 09:00, porém alguns outros estudantes que já tinham ido lá disseram que seria bom chegar cedo pois a fila começava a se formar desde as 07:30 da manhã. Tudo muito bom, tivemos que acordar as 05:00 da manhã para pegar o primeiro trem Orihuela-Alicante que sai as 06:15. Chegando na estação compramos os bilhetes naquelas maquininhas bem interessantes onde você mesmo compra a passagem, aqui a maioria das coisas é assim, faça você mesmo.

A passagem de ida e volta saiu por 6.2 euros, achei até barato, pois Alicante fica a mais de 60 KM de Orihuela. Passagens compradas tivemos que correr para pegar o trem, pois já estava quase partindo, era a última chamada.

A viagem demorou uma hora, desembarcamos em Alicante as 07:15, ainda parecia noite. Aqui só nasce depois das 08:00. No ponto de táxi, que fica ao lado da estação, fomos questionados para qual extranjeria queríamos ir, pois tinha uma que fazia o TIE e a outra não, porém não sabíamos qual das duas era e o taxista pior ainda. Assim, pedimos a ele pra nos levar a mais próxima.


Chegada à Alicante


Chegada à Alicante


Já na delegacia, haviam 10 pessoas na nossa frente e isso era apenas 07:50 da manhã. Faltava mais de uma hora para a delegacia abir e nem mesmo sabíamos se lá conseguiríamos tirar a TIE. Esperamos até as 09:00 e para nossa surpresa o TIE não podia ser solicitado lá e sim na outra extranjería.
Tivemos que procurar táxi urgentemente para poder chegar a outra delegacia, encontramos um, porém chegando a outra delegacia damos de cara com uma fila imensa. Acredito que tinha mais de 50 pessoas na nossa frente, o jeito era esperar.

Não imaginava que aqui na Espanha tinham tantos estrangeiros. Víamos chineses, japoneses, árabes, americanos, africanos, alemães e diversas outras raças. Todos no mesmo lugar e falando seus idiomas. Foi muito engraçado ver como eles pareciam está mais perdidos que nós com relação ao espanhol, não entendiam praticamente nada do que o guarda da extranjeria falava. A alemã foi falar sí, sí e terminou dizendo xixi. Foi hilário.

Ao entrar na delegacia pegamos um boleto no valor de 15 euros que podia ser pago em qualquer agência bancária. Depois de pago deve ser mostrado na mesa de atendimento junto com os outros documentos. Porém antes disso um policial pede seu passaporte e começa a olhar no fundo dos seus olhos para ver a imagem do passaporte bate com sua fisionomia. Confesso que senti um pouco de medo, pois ele era bem rude e chegava a tratar as pessoas mal. Um amigo meu por exemplo, quase apanhou por está usando óculos escuros na hora da inspeção. O pior que ele não sabia que óculos era garfa e assim começou a sorrir, pois não entendia o que o policial falava. O policial ficou muito zangado e começou a perguntar se ele achava que o trabalho dele era algum tipo de brincadeira, quase partiu parar a porrada.

Passada essa situação, já com o boleto pago entrei na fila de atendimento onde esperei por quase duas horas na maior parte do tempo em pé. Entrei na sala de atendimento onde me deram uma senha para a mesa. Os documentos necessários foram os seguintes:

1 – Passaporte: Original e xerox das páginas da identificação e do visto.

2 – Comprovante de matrícula: Documento que recebi da UMH onde constam as disciplinas que irei cursar nos dois quadrimestres. Original e xerox.

3 – Carta de aceite da universidade de destino: Levar Original e xerox.

4 – Formulário de solicitação do TIE: Pode ser preenchido através do seguinte endereço http://www.interior.gob.es/file/55/55501/55501.pdf

5 – Boleto bancário pago: No banco eles ficam com a folha amarela e lhe devolvem as outras duas. A azul é pra você e a branca para a extranjería.

6 – Empadronamento: Documento retirado no ayutamiento da sua cidade. Aqui em Orihuela só precisei levar o passaporte, original e cópia e o contrato, original e cópia também. O documento saiu na hora, nele consta seu endereço e um carimbo da prefeitura. Na extranjería foi necessário original e cópia.

7 – Fotos 3×4 recentes: Foram necessárias duas.
E só, nada mais. Nenhuma tradução foi necessária, nada daquela história de antecedentes criminais legalizados pelo MRE, carta de benefícios traduzida ou certificado médico. Porém pode ser que mude dependendo da comunidade autônoma ou até mesmo da cidade onde for feita a solicitação.
Na mesa foi super tranquilo, consegui explicar para o atendente tudo direitinho e em menos de 5 minutos recebi o comprovante de solicitação. Depois, apenas tive que assinar uma folha e colocar minha digital em dois documentos. Sai de lá ao meio dia, muito feliz, pois era menos uma coisa para resolver.

Como disse no início do Post, a tarjeta (Cartão) só fica pronta em um mês, sendo que você pode pedir para ela vir para o ayutamiento de sua cidade, porém não os aconselho pois demora muito mais, 15 dias a mais no mínimo.


Comprovante de solicitação do TIE





Próximo mês voltarei a Alicante pra buscar meu TIE. O bom é que dessa vez posso aproveitar e conhecer um pouco mais da cidade e suas praias, que dizem ser maravilhosas.
Hasta luego.


segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Uno Tito en Mallorca

Vista aérea
Bem, cheguei por aqui quarta-feira, dia 11/09, por volta das 14:00 hs e confesso que, enquanto estava sobrevoando o país, fiquei com um certo receio. Visto do alto, parecia ser bem seco, parecia não existir a cor verde. Ao desembarcar, me surpreendi muito. As coisas aqui são lindas e, como um brasileiro nato, faço cara de abestado pra tudo que  vejo e já fico meio triste só em pensar que terei de voltar ao Brasil. rsrsrs...

Brincadeiras à parte, aqui é um lugar muito bom de se viver. Não tenho idéia de quanto as pessoas ganham em seus trabalhos aqui, mas as coisas são muito baratas e, consequentemente, dá pra viver legal com pouco.

Primeiro dia, cansaço de uma viagem longa, meio tonto, louco por uma cama... Qualquer pessoa normal iria descansar. Arranquei forças, não sei de onde, e já fui dar umas voltas com uns brasileiros que também vieram pelo Ciência sem Fronteiras. Já estávamos conversando por meio da internet, daí nos conhecemos no aeroporto de Salvador - BA e já nos damos super bem.
Do segundo dia em diante, a onda foi correr atrás de documentação necessária, abrir conta bancária, dar umas voltas e fazer umas compras. Andei procurando uns apartamentos pra alugar e já tenho um em vista, pois na residência universitária (onde estou temporariamente desde o dia em que cheguei), apesar de ser um quarto pra cada aluno, com direito a café da manhã, almoço, janta, academia, piscina, campo de futebol, quadra poliesportiva, quadra de tênis, etc., sai muito caro. Temos que pagar quase € 29,00 por dia.



A comida aqui é meio diferente, mas não muito. Raramente comem arroz. Desde que cheguei, só vi feijão uma única vez e foi cru, no supermercado. Comem muitos frutos do mar (já que aqui é uma ilha), tem peixe 'até o meio da canela'. Adoram massas. Café, só expresso. Apesar de todas essas diferenças, não sinto muita falta das comidas daí. Quero provar tudo o que tenho direito.






Com o calor que tá fazendo, decidimos ir à praia. Água geladinha e muito, muito, muito transaparente, as mulheres não se importam em fazer topless. Enquanto as brasileiras querem tanto aquela marquinha do biquini, as mulheres aqui querem bronzear é tudo. As praias são muito lindas, porém, a que conheci até agora é muito pequena, e não vi ondas no mar.
Da esquerda pra direita: Flávia (que também é de Piripiri), Socorro, Alina, Carlos, Francisco, Marla, Sávio, Patrick e eu.



Fui no AP em que três dos meus novos amigos dividem com dois Mallorquinos, daí foi legal conversar um pouco com eles e desenrolar meu espanhol. Depois, eles nos levaram numa boate muito legal, a começar pelo nome: "El Que Faltaba".


A cidade, apesar de não ser muito extensa (menos que 1/4 de Teresina) tem uma população razoavelmente grande, lojas que transbordam luxo e muita riqueza.
Uma coisa que notei, foi a grande quantidade de turistas do mundo inteiro. É gente falando espanhol, inglês, russo, alemão, mandarim, hindu... Acidade tem uma quantidade enorme de mães empurrando carrinhos com bebês. Passe dez minutos na rua e veja no mínimo 30 carrinhos de bebês.
Outra coisa que tem bastante é fumante. Pra todo lado, em toda parte. Quanto a isso, me senti em casa. hihihihihihi.
Sinto um pouco de medo quando algumas pessoas, daqui da Espanha, dizem que moram nas Ilhas Baleares há 20, 30 anos e nunca aprenderam o idioma daqui (Catalão).
Hoje, 17/09 houve uma abertura da semana de boas vindas e percebi que, entre os mais 13 alunos da Universitat de les Illes Ballears, existem inúmeros intercambistas de outros países.
A universidade é enorme e uma coisa super legal que eu soube, é que eles reciclam água.



Bom, por enquanto é só. Logo voltarei com mais fotos e relatos sobre essa maravilha de lugar.
¡Hasta luego!

Se quieres mirar otras fotos mas: https://www.facebook.com/media/set/?set=a.382799148455995.83715.100001777403763&type=3

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Vamos a Múrcia?

E aí pessoal, tudo bem?

Hoje fui pra Múrcia comprar o Notebook com minha amiga de alojamento Rhonyele Maciel. Não sou muito bom em decorar caminhos, e logo na chegada a cidade nos perdemos, detalhe, tinha ido a dois dias atrás lá e já tinha esquecido o caminho. Logo na saída da estação fico sozinho por um minuto e cometo a maior "gafe", uma mulher chega pra mim e pergunta: "Dóndes ficas la estación de autobuses", eu, como bom samaritano disse com meu espanhol fluente: - "No sé. Yo no muero aquí". O correto seria eu ter dito: - "No sé. Yo no vivo aquí", pois do jeito que falei ficou como se tivesse falado "Eu não estou morrendo aqui". kkkk

A mulher levou um susto tão grande que pediu desculpas e logo despediu-se. Eu nem imaginava o que tinha dito até que a Rhonny explicou que muero tinha haver com morte e não com moradia. Tudo bem, passada essa gafe, fomos procurar onde passava a linha 1 que vai para o centro comercial nueva condomina. 

Ciente de que sabia o caminho vou na frente, todo sabichão. Depois de andarmos quase 20 minutos percebo que não sei mais onde estávamos. Entro em desespero e falo pra Rhony que estávamos perdidos e que era bom procurarmos alguém para pedir informação. O local parecia não ter ninguém por perto, porém pra nossa sorte achamos uma placa que mostrava quais eram as paradas que a linha 1 passava, nisso vimos que na praça circular tinha um ponto, porém onde ficava essa praça? Encontramos um senhor e perguntamos. Ele disse que a praça se encontrava bem longe, no mínimo 20 minutos caminho. Devíamos seguir recto, recto, recto e dobrar en la derecha, pero es muy lejo. 

Seguimos as orientações dele e antes de chegar a praça encontramos um ponto com um número 1 escrito em cima. Poxa, foi ótimo, pois já estávamos muito cansados. Ficamos esperando na parada e aí uma mulher veio puxar assunto conosco, mas não entendíamos muita coisa do que ela falava, era muito rápido. Ela foi uma das primeiras pessoas aqui na Espanha que achei com personalidade brasileira, pois era muito alegre, sorridente e bastante comunicativa. Nosso ônibus passou e o pegamos rumo ao nueva condomina. 

Finalmente chegamos ao nueva condomina, porém para nossa surpresa, não podíamos comprar nada. Tudo estava fechado, devia ser algum feriado de santo que aqui tem demais, tivemos que dar meia volta e retornar pra Orihuela com as mãos vazias. 

Voltando a Orihuela, já dentro do trem, começamos a conversar com Jhonathan. Jhonathan disse que era africano, mas já morava aqui na Espanha a quinze anos, ele falava inglês, espanhol e ainda um dialeto africano. Começamos a conversar, e ele pensou que éramos argentinos, não sei porque. Dissemos que éramos brasileiros recém chegados e que viemos a estudo, ele disse que em toda a Espanha existiam bastante brasileiros. O interessante é que hora falávamos em português, hora em espanhol, hora em inglês. Uma coisa que gostei foi que ele disse que o pessoal aqui da Espanha que trabalha com informática ganha muito bem e que eu devia tentar aprender mais inglês, pois aí sim poderia sair para o mundo. Na hora de descer do trem ele diz "Nice to meet you", eu disse "Thau, nice to meet you too". 

Depois de chegar a Orihuela não aconteceu mais nada de interessante. Fui pra casa, tomei banho e jantei. Agora estou aqui a escrever esse texto, que por sinal ficou imenso. Pra finalizar tenho que dizer que o dia hoje foi bem interessante. :)

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

E essa semana termina a agonia para os que irão viajar. Só tenho a desejar boa sorte e pedir que não esqueçam de manter contato!



domingo, 9 de setembro de 2012

Viagem para a Espanha

Olá queridos colegas e leitores do blog!

Pra quem não me conhece quem os escreve é Rhaylson, estudante do 5º período de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas do IFPI, agora, bolsista do Ciência sem fronteiras Espanha. Irei passar um ano estudando Ingeniería Informática en TI na UMH (Universidade Miguel Hernández de Elche), o campus do meu curso fica na cidade de Orihuela, cidade calma e cheia de monumentos históricos. Se não me engano Orihuela possui 5 patrimônios históricos da Espanha.

Orihuela

Sai de Teresina no dia 02/09 e cheguei aqui na Espanha dia 05/09, vocês podem se perguntar porque tanto tempo? Mas foi devido ao fato de meu voo internacional ter início em Salvador e não em Teresina, logo tive que passar uma noite em Salvador para viajar no dia seguinte. A viajem pra cá (Espanha)  foi bem tranquila, pelo menos dentro do avião, porque fora não posso dizer a mesma coisa.

Salvador

Nesse post falarei de como foi a viagem e das experiências e dificuldades encontradas nessa minha vinda ao velho continente.

O visto e a Imigração 

Quando fazemos viagens desse tipo, onde você passará uma estância em outro país superior a 3 meses é necessário tirar o visto, documento que prova que não está entrando ilegalmente no país e que lhe dará permissão para cruzar fronteiras e passar pela imigração. Meu visto espanhol saiu até que bem rápido, 30 dias no total e me dá permissão para entrar em todos os países do que participam do chamado acordo schengen. A primeira coisa que você deve fazer quando desembarca em solo europeu é entrar na fila de conferência de passaporte. Existem duas, uma para cidadães europeus e outra para estrangeiros. Lá o policial da fronteira pede seu passaporte e faz algumas perguntas sobre o que você veio fazer e se for uma conexão em um país diferente do destino final, que foi meu caso, desembarquei na Alemanha, pode ser necessário mostrar a passagem que comprove que você terá como chegar em seu destino. Se tiver tudo ok, o policial carimba seu visto e você pode seguir o seu caminho.

Falando um pouco de como foi esse processo pra mim. Confesso que fiquei totalmente perdido e teve horas que batia uma vontade de voltar pro Brasil. Fiquei pensando sozinho num canto: Meu Deus o que é que eu estou fazendo aqui tão longe de casa, sem conhecer ninguém, sem entender nada do que as pessoas falam. 

Desembarquei no aeroporto de Frankfurt, 2º maior aeroporto da Europa lá iria passar 14 horas de muito aperreio e desconforto. Passar pela imigração era algo que era obrigatório, porém o que fazer se você não entende o que o policial tá falando? Resposta, balança a cabeça e pede pra ele anotar em um papel tudo o que ele tava querendo dizer. Eu fiz isso, pois consigo ler inglês, só não consigo entender quando falam algo. O policial até que era gente boa e foi bem relax. Ele apenas pediu pra ver minha passagem pra Alicante e daí carimbou meu passaporte. Engraçado que ele percebendo que eu estava bastante perdido e que era brasileiro se despediu falando "Obrigado", meio enrolado claro, eu falei de nada e segui meu caminho atrás das minhas malas.

Alemanha, e agora, cadê as malas?

Mapa do Aeroporto de Frankfurt

Como citei logo acima o aeroporto de Frankfurt é muito grande! Pra se ter uma ideia pra se deslocar dentro dele existe um metro onde você pode ir de um terminal para o outro sem pagar nada. Bem, passada a imigração, agora era hora de procurar as malas, pois na Alemanha tinha que trocar de companhia de viajem, sendo necessário fazer outro check-in. Minhas malas não foram direto pra Alicante. Olho para as placas e estão em alemão, ótimo, aí percebo que também tem uma pequena tradução logo abaixo em inglês, isso já me deu um alívio.

Sigo as placas de desembarque e vou indo, indo até que vejo que já estou é na saída do aeroporto, e que não tinha mais nenhuma placa informando onde estava a mala. Volto tudo desde o início novamente e sigo as placas, percebo que as esteiras eram no sub-solo do aeroporto e que tinha passado pela escada sem ver.

Desço a escada e entro em um enorme salão com cerca de 40 esteiras. Saio procurando um painel de informação, porém não encontro, aí percebo que no final das esteiras tinha um rapaz de uma companhia sentado em um balcão de informação. Chego pra ele e pergunto se ele poderia me informar onde estavam as bagagens da TAM e ele me olha com uma cara bastante fechada e aponta para as esteiras dizendo que minha bagagem estava em alguma delas. Ele abaixa a cabeça e acaba o papo. Me vi sozinho e sem informação e fiquei andando de um lado pro outro do imenso salão procurando minha mala, quando vi que tinha um painel, bem escondido no imenso saguão, dizendo que minha bagagem tava na esteira 20. Sai correndo feito um doido, pois já fazia mais de uma hora que tinha desembarcado e temia que minha bagagem fosse levada para outro local.


Chego na esteira 20 e tava lá só minha mala rodando. Pego ela muito feliz e parto a procura do balcão da minha outra companhia aérea, Air Berlim. Só que eu estava no terminal 1 e o balcão da companhia era no 2. Subo a escada até o térreo e dou de cara com um complexo com mais de 200 balcões de companhias aéreas. Saio olhando de uma por uma se alguma era a Air Berlim, porém depois de dar 3 voltas sem sucesso decido ir no balcão de informação perguntar onde era a bendita companhia.

O rapaz que me atendeu era um senhor de meia idade, ele não falava espanhol, porém conseguiu entender que eu estava tentando chegar a Air Berlim. Dou pra ele um papel para que possa escrever as informações. Ele escreve bem grande Air Berlim, terminal 2, e diz que tenho que subir uma escada para chegar ao terminal. Subo as escadas e dou de cara com um metro dentro do aeroporto, com várias pessoas entrando. Pensei que o rapaz tinha me ensinado errado e que se pegasse o metrô iria sair de dentro do aeroporto, desço as escadas novamente pensando que tinha pego o caminho errado, porém percebo que estava correto e que devia mesmo pegar o trem. Subi novamente e perguntei pra funcionária do metrô se precisava pagar algo, ela, disse que não, era só entrar e esperar chegar no terminal.

Entrei no metrô bem receoso e me perguntando, como assim, não precisa pagar nada? O metrô era tipo externo e a visão era linda! Atravessei todo o aeroporto em menos de 5 minutos e finalmente cheguei ao terminal 2. Quando saio do trem vejo novamente vários balcões de companhias aéreas, porém dessa vez foi bem fácil encontrar o balcão da airBerlim. Chego no balcão para despachar a mala e descubro que não posso e que teria que ficar esperando lá até as 02:30 da manhã, isso era desanimador, pois ainda era 11:00 da manhã. 

Sento em uma cadeira morrendo de fome e de sede e começo a ouvir diversos idiomas ao mesmo tempo. Eram árabes, alemães, espanhóis, chineses, japoneses todos falando ao mesmo tempo, só que ninguém falava português. Estava só e queria voltar para o Brasil! Porém fui forte e pensei comigo que daqui a 10 horas estaria na Espanha e que seria mais tranquilo, faltava pouco pra acabar aquele sofrimento. Busquei algum lugar para comprar água, encontrei uma lojinha onde o litro custava 5 euros. Na hora de pagar dei 10 euros, porém a atendente me devolveu o troco errado. Não consegui explicar pra ela e ficou por isso mesmo.


Sentei em um local e lá fiquei durante 8 horas, a espera de alguém para fazer o check-in e despachar a bagagem. O interessante daqui é que aqui só anoitece as 20:00 - 20:30 da noite e eu achando que o tempo não tava passando e como andava sem relógio não tinha como saber que horas era. Me espanto quando vejo em um relógio por trás do saguão que já eram 21:30. Quanto mais o tempo passava menos movimentado ficava o aeroporto e teve horas que restava apenas eu e os guardas naquela imensidão. Quando anoiteceu de verdade o tempo começou a esfriar. Eu, vivendo em Teresina onde a mínima chega ao máximo a 20º graus tive que enfrentar um frio de 10º graus, sorte minha que andava com casacos.

As 02:30 em ponto chegou o pessoal da companhia e até que enfim podia sair do saguão e ir para a sala de embarque. A sala de embarque era muito fria, pois além do frio que tava fazendo do lado de fora, eles gostam do ar condicionado no máximo, o jeito foi colocar mais um casaco. Quando me chamaram pra embarcar para Alicante já eram 04:00 da manhã e eu estava com muito sono, pois não tinha conseguido dormir na viagem do Brasil pra Alemanha.

Ao entrar no avião percebo que as aeromoças atendiam em alemão, eu apenas sentei na minha poltrona e dormi sem ver, acordei quando o piloto disse que a aeronave estava se preparando para chegar a Alicante. O aeroporto de Alicante era pequeno comparado ao da Alemanha. Consegui desembarcar e encontrar as bagagens sem nenhuma dificuldade e também conseguia ler todas as placas e informações.


Peguei minha mala e fui para a saída, chegando lá o rapaz da residência universitária me esperava. Ele me cumprimentou e perguntou se a viagem tinha sido boa, mas acho que ele viu o estado que me encontrava e percebeu que a viagem não tinha sido das melhores. Luís pegou minha mala e levou até a Mercedez dele, dizendo que quando eu chegasse em casa poderia descansar e que já tinha mais de 10 brasileiros na residência. Isso me encheu de alegria, pois finalmente poderia desabafar pra alguém tudo o que eu tinha passado.

Cheguei na residência as 09:00 da manhã do dia 05/09. A minha espera estavam vários brasileiros, como Luís tinha dito, que me deram a maior força, porém o que mais queria era tomar banho e dormir. A responsável pela residência me apresentou meu colega de quarto e disse que a cama estava pronta pra mim. Ouvindo isso tomei banho e depois fui dormir, só acordei as 18:00 do mesmo dia.

Acordei quase na hora do jantar, que aqui é bastante diferente do Brasil, não comemos arroz com feijão e carne de boi é coisa bastante rara e cara. Aqui tudo tem azeite, desde a salada até o macarrão, ainda estou me acostumando.


Nos próximos posts falarei um pouco da cidade onde estou e também da cultura daqui e das pessoas. Estou bastante feliz aqui. Minhas aulas de espanhol começam amanhã dia 10/09, os manterei informados de tudo que acontece aqui.

¡ Hasta luego!

sábado, 1 de setembro de 2012

E hoje começou a jornada para um dos nossos queridos alunos aprovados no Programa Ciência sem Fronteiras. Corri para o aeroporto mas, quando cheguei lá, só deu tempo de vê-lo atravessando o pátio, rumo à aeronave, enxugando as lágrimas do rosto...

Boa viagem, Rhaylson Silva... Os desafios serão grandes e as novidades, muito excitantes...

Mais oito partirão nas próximas semanas e muitas lágrimas ainda vão rolar!

CONTAGEM REGRESSIVA.

Frio na barriga. Arrepio na espinha dorsal.
Esse é o mês que servirá de trampolin para mudanças, novos ares, novas pessoas, novos conhecimentos. Durante dez meses, provarei doses de uma nova e proveitosa bebida. Uma bebida destilada centenas de vezes, carregada de sabedoria e oportunidades. Longe, a milhares e milhares de quilômetros. Uma nova vida se aproxima e já posso sentir o prazerozo cheiro que me levará a um caminho de descobertas, diga-se de passagem, essenciais ao meu desenvolvimento intelectual e cultural. Aprendizagens únicas, experiências nunca sentidas. As inúmeras dificuldades enfrentadas até hoje, nunca me desestimularam. Azedumes. Amargos. Sabores que cortam (ou cortavam). Ciente de que muitos obstáculos (talvez os maiores) ainda estão por vir, sei também que devo entrar de cabeça, como sempre. Devo mergulhar o mais profundo que eu conseguir, independente das águas serem turvas, ou límpidas, ou cristalinas, ou que quer que seja.

CONTAGEM REGRESSIVA! Espanha, sua linda, faltam só 10 dias!!!